terça-feira, 23 de setembro de 2008
Coca-Cola e McDonald's minimizam efeitos do boicote
O McDonald's e a Coca-Cola, que estão no topo da lista de alvos das campanhas de boicote no Oriente Médio, minimizam o efeito da estratégia sobre os seus lucros e dizem que economia local é a grande vítima.
"Isso não afetou em nada os nossos negócios", disse à BBC Brasil o diretor de Marketing do McDonald's para o Oriente Médio, Abdallah Alluhaymaq, acrescentando que as perdas do McDonald's na região foram provocadas pela crise econômica e não pelo boicote.
O porta-voz da Coca-Cola para o Oriente Médio, Paddy McGregor, admite que houve perdas, mas diz que elas são insignificantes quando se considera a participação da região no faturamento total da empresa.
"A região é importante, mas responde apenas por 2% das nossas vendas. Quem sofre mais são nossos fornecedores locais e funcionários", afirmou McGregor.
Anti-americanismo
Em uma região em que o anti-americanismo é crescente, representantes das multinacionais como a Coca Cola, de propriedade de acionistas de várias partes do mundo, insistem: "não somos empresas americanas".
"A Coca-Cola é propriedade de organizações e indivíduos de várias cores credos, raças e sexos espalhados pelo mundo ", disse McGregor.
Em um época em que grandes corporações também têm sido alvo de críticas, o McDonald's quer passar uma imagem mais local.
"O que estamos destacando é que somos locais nessa região. Nós dizemos aos consumidores como beneficiamos a economia usando ingredientes comprados de fornecedores locais", disse.
Quem não tem dúvidas de que está sendo beneficiado pelo movimento anti-americano é o comerciante jordaniano Jamil Rhadi, gerente de uma lanchonete em Amã.
"Todo o produto americano tem um substituto árabe. O dinheiro que não vai para um, vai para outro. Não sou a favor do boicote, mas posso dizer que ele me beneficiou", disse o jordaniano.
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